EDITOR DE PUBLICAES 1 EDITOR DE PUBLICAES 2 LNGUA PORTUGUESA Os meios de comunicao como exerccio de poder Por Marilena Chau - Palestra proferida no lanamento da campanha Para Expressar a Liberdade Uma nova lei para um novo tempo, em, no Sindicato dos Jornalistas de So Paulo. Podemos focalizar o exerccio do poder pelos meios de comunicao de massa sob dois aspectos principais: o econmico e o ideolgico. Do ponto de vista econmico, os meios de comunicao fazem parte da indstria cultural. Indstria porque so empresas privadas operando no mercado e que, hoje, sob a ao da chamada globalizao, passa por profundas mudanas estruturais, num processo nunca visto de fuses e aquisies, companhias globais ganharam posies de domnio na mdia., como diz o jornalista Caio Tlio Costa.
PA can be highly intensive in its use of ICTs at all stages: data collection. It also makes it possible to combine scale with the intimate knowledge of the land..europa.eu/europeaid/documents/case-studies/chile_food-traceability_en.pdf A. Of the Revista Nacional de Agricultura (No 949, June 2007) was devoted to PA.
Alm da forte concentrao (os oligoplios beiram o monoplio), tambm significativa a presena, no setor das comunicaes, de empresas que no tinham vnculos com ele nem tradio nessa rea. O porte dos investimentos e a perspectiva de lucros jamais vistos levaram grupos proprietrios de bancos, indstria metalrgica, indstria eltrica e eletrnica, fabricantes de armamentos e avies de combate, indstria de telecomunicaes a adquirir, mundo afora, jornais, revistas, servios de telefonia, rdios e televises, portais de internet, satlites, etc. No caso do Brasil, o poderio econmico dos meios inseparvel da forma oligrquica do poder do Estado, produzindo um dos fenmenos mais contrrios democracia, qual seja, o que Alberto Dines chamou de coronelismo eletrnico, isto, a forma privatizada das concesses pblicas de canais de rdio e televiso, concedidos a parlamentares e lobbies privados, de tal maneira que aqueles que deveriam fiscalizar as concesses pblicas se tornam concessionrios privados, apropriando-se de um bem pblico para manter privilgios, monopolizando a comunicao e a informao. Esse privilgio um poder poltico que se ergue contra dois direitos democrticos essenciais: a isonomia (a igualdade perante a lei) e a isegoria (o direito palavra ou o igual direito de todos de expressar-se em pblico e ter suas opinies publicamente discutidas e avaliadas).
Numa palavra, a cidadania democrtica exige que os cidados estejam informados para que possam opinar e intervir politicamente e isso lhes roubado pelo poder econmico dos meios de comunicao. A isonomia e a isegoria so tambm ameaadas e destrudas pelo poder ideolgico dos meios de comunicao. De fato, do ponto de vista ideolgico, a mdia exerce o poder sob a forma do que denominamos a ideologia da competncia, cuja peculiaridade est em seu modo de aparecer sob a forma annima e impessoal do discurso do conhecimento, e cuja eficcia social, poltica e cultural est fundada na crena na racionalidade tcnico-cientfica. A ideologia da competncia pode ser resumida da seguinte maneira: no qualquer um que pode em qualquer lugar e em qualquer ocasio dizer qualquer coisa a qualquer outro. O discurso competente determina de antemo quem tem o direito de falar e quem deve ouvir, assim como pr-determina os lugares e as circunstncias em que permitido falar e ouvir, e define previamente a forma e o contedo do que deve ser dito e precisa ser ouvido. Essas distines tm como fundamento uma distino principal, aquela que divide socialmente os detentores de um saber ou de um conhecimento (cientfico, tcnico, religioso, poltico, artstico), que podem falar e tm o direito de mandar e comandar, e os desprovidos de saber, que devem ouvir e obedecer.
Numa palavra, a ideologia da competncia institui a diviso social entre os competentes, que sabem e por isso mandam, e os incompetentes, que no sabem e por isso obedecem. Enquanto discurso do conhecimento, essa ideologia opera com a figura do especialista. Os meios de comunicao no s se alimentam dessa figura, mas no cessam de institu-la como sujeito da comunicao. O especialista competente aquele que, no rdio, na TV, na revista, no jornal ou no multimdia, divulga saberes, falando das ltimas descobertas da cincia ou nos ensinando a agir, pensar, sentir e viver. O especialista competente nos ensina EDITOR DE PUBLICAES 3 a bem fazer sexo, jardinagem, culinria, educao das crianas, decorao da casa, boas maneiras, uso de roupas apropriadas em horas e locais apropriados, como amar Jesus e ganhar o cu, meditao espiritual, como ter um corpo juvenil e saudvel, como ganhar dinheiro e subir na vida. O principal especialista, porm, no se confunde com nenhum dos anteriores, mas uma espcie de sntese, construda a partir das figuras precedentes: aquele que explica e interpreta as notcias e os acontecimentos econmicos, sociais, polticos, culturais, religiosos e esportivos, aquele que devassa, eleva e rebaixa entrevistados, zomba, premia e pune calouros em suma, o chamado formador de opinio e o comunicador.
Ideologicamente, o poder da comunicao de massa no uma simples inculcao de valores e ideias, pois, dizendo-nos o que devemos pensar, sentir, falar e fazer, o especialista, o formador de opinio e o comunicador nos dizem que nada sabemos e por isso seu poder se realiza como manipulao e intimidao social e cultural. Um dos aspectos mais terrveis desse duplo poder dos meios de comunicao se manifesta nos procedimentos miditicos de produo da culpa e condenao sumria dos indivduos, por meio de um instrumento psicolgico profundo: a suspeio, que pressupe a presuno de culpa. Assinale a opo sobre a ideia que se confirma no texto: (I) O exerccio do poder pelos meios de comunicao de massa se exerce, exclusivamente, pelo aspecto econmico e ideolgico. (II) No Brasil, o privilgio de que se beneficiam parlamentares e lobbies privados ocorre em conformidade com a isonomia e a isegoria. (III) O especialista competente aquele profissional capacitado para nos dar orientaes sobre como devemos conduzir nossa vida. (IV) A manipulao e a intimidao social e cultural so manifestaes do exerccio do poder do especialista, do formador de opinio e do comunicador sobre ns.
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A) Apenas as afirmaes I e III esto corretas. B) Apenas as afirmaes I, II e IV esto corretas. C) Apenas as afirmaes I, II e III esto corretas. D) Apenas as afirmaes I e II esto corretas. E) Apenas a afirmao IV est correta. Sobre o perodo abaixo, responda as questes 2 e 3: 2.